domingo, 6 de abril de 2008

IMPLANTES DENTÁRIOS

A história demonstra, há milênios, a preocupação dos homens com a manutenção de seus dentes na cavidade bucal. Antigos textos chineses mencionam provas de que os imperadores Chin Nong (3216 a.C.) e Hou Ang-Ty (2637 a.C.) já relatavam os reimplantes e transplantes. Sócrates (470-399 a.C.) fazia a devida distinção entre os mesmos. Sushruta (600 a.C.) recomendava a recolocação dos dentes traumaticamente perdidos. Os etruscos, desde o século III a.C., englobavam em suas próteses fixas dentes reimplantados.

A odontologia precisava empregar considerável esforço e habilidade clínica para ajudar com sucesso os pacientes que sofriam dos efeitos do edentulismo (ausência de dente) parcial e total. Os problemas odontológicos que historicamente eram os mais difíceis de serem solucionados podem ser hoje resolvidos devido à utilização dos implantes dentários.

Nem sempre existiu uma opinião positiva a respeito dos implantes. Estes, em odontologia, tiveram seu começo por volta da metade do século XX. Os primeiros tipos de implantes vieram a ter uso relativamente comum durante os anos 60, devido à demanda dos pacientes, embora pouca ou nenhuma pesquisa científica tenha sido feita para caracterizar o sucesso dos implantes. A reabilitação de pacientes edêntulos parciais e totais com implantes vem se tornando uma modalidade cientificamente bem aceita e bem documentada. Esses implantes são colocados com ajuste preciso nos ossos maxilares e não requerem nenhum cimento para sua estabilização.

Implante dentário é o mais novo e eficaz mecanismo de substituição de dentes perdidos. Há algumas décadas os implantes não eram bem vistos pelos profissionais, devido ao grande índice de perdas causadas principalmente por ligas metálicas que os compunham, eram materiais que se oxidavam facialmente e acabavam por provocar uma reação de corpo estranho pelo organismo.

Bränemark, na década de 1960, introduziu o conceito de osseointegração (integração do implante ao osso) na odontologia utilizando titânio puro como material de implante, e a partir dessa data a implantodontia tem sido uma das áreas na odontologia que apresentou um grande avanço tecnológico, abrangendo diferentes tipos de implantes, técnicas e biomateriais usados, proporcionando maior sucesso na reabilitação dos pacientes edêntulos parciais ou totais.

Os implantes passaram por uma evolução relacionada à sua forma e material constituinte. Basicamente se trata de um cilindro de titânio que tem a função de substituir a raiz do dente perdido, esse cilindro (implante intra-ósseo) servirá de suporte para a colocação de uma coroa dentária protética.

Vários modelos de implantes foram colocados por muito tempo, porém todos com fracasso a médio e longo prazo, entre os implantes com prognóstico duvidoso estão o agulhado, subperiosteal, garbajo, laminado. Todos esses implantes causam processo infeccioso e grande perda óssea. Os modelos de implantes que apresentam sucesso no tratamento são os cilíndricos rosqueados, usados inicialmente com superfícies lisas (usinadas) e melhorados substancialmente com novos tratamentos de sua superfície a exemplo das superfícies tratadas quimicamente, submetida a ataque ácido.

Hoje, a melhor opção para reabilitação de dentes perdidos são os implantes dentários; a segunda melhor opção são as próteses fixas, porém para a confecção dessas, os dentes próximos ao defeito deverão ser desgastados para a fixação da prótese, ou seja, ocorrerá perda de material dentário havendo ainda a possibilidade de falha a longo prazo, aumentando assim o defeito existente anteriormente pela perda dos outros dentes. Já com os implantes não existe a necessidade de desgaste dos dentes vizinhos, conservando os dentes remanescentes.

Existe hoje uma diversidade muito grande de marcas de implantes no mercado. Os implantes nacionais apresentam uma qualidade muito próxima dos implantes importados, que apresenta como principal diferença a quantidade de anos de pesquisa, dando aos implantes importados melhor previsibilidade. Contudo, os implantes nacionais apresentam boa qualidade.

O implante, após sua colocação, deve durar toda a vida do paciente, porém essa durabilidade pode ser afetada pela higiene bucal precária, por osso de baixa qualidade e condições sistêmicas como doenças sangüíneas ou condições hormonais incontroláveis.

A reabilitação com implantes consiste classicamente de três fases bem definidas. Na primeira fase é feita a colocação do implante intra-ósseo (sob anestesia local), o paciente não sente dor e no máximo irá perceber uma trepidação no momento das perfurações. O implante é então mantido no osso por um período de 5 a 6 meses quando for colocado na maxila e de 3 a 4 meses quando for colocado na mandíbula. Após esse tempo, é realizada a segunda fase: o implante é exposto e coloca-se um pequeno cilindro sobre o implante, chamado de cicatrizador, que vai condicionar a gengiva para receber, na terceira fase, a prótese sobre o implante.

Existe hoje a possibilidade de colocação de implante no mesmo tempo cirúrgico da remoção de um dente condenado ou aplicação de função imediata sobre o implante, logo após a sua colocação, porém são técnicas que apresentam indicações muito específicas e a não observância dessas indicações levará a perda do implante.